1.7.08

voyer.

a noite veio, eu quis ser dela. fez-se madrugada. o amor é intenso, densa palavra. fujo pela janela, as vezes são incontáveis, às vezes noto, anoto, reviso. até as 10, todas as luzes do banheiro ficam acesas. todos estão na sala (menos o 3º), todos de cortina fechada (menos o 4º). pouco mais, pouco menos das onze e meia, param os barulhos assustadores dos tróleibus. cinco e 35, em tôrno, eles voltam. é rápido, do ponto final até minha rua. (andei duas vezes, só. pra ir e voltar da tamandaré. faz uma volta numas ruas bonitas. -menti, foram três. andei um ponto, quando dormi no aclimação e desci no parque).
da janela eu vejo a antena colorida, da paulista. e tirando a recifense prêta, não tem ninguém pra conversar comigo. (e ela escreve bem a valer, mas não tenho ganas de ela, há tempos).

mastigo o dia.

tenho amor há tão pouco e medo há tanto. como é que amor incorpora, mêdo não.? será que é açúcar e óleo - e ágüeu.?
dobro os joelhos, é bom mandar no corpo, ouço os cachorros, estralo as costas.
cogito um cigarro antes de te acordar.
(são 5 e vinte e subiu um ônibus, pela rua do lado.- de certo desceu, que essa rua só desce.)



quando foi que dei pra achar o cotidiano tão belo.?

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