17.10.08

Através do espelho - capítulos 13, 7, 42 e ∞

"(...)Luarenta, numa suave tarde de sol, comia jujubas. E então quis uma canção. Juan, brevemente, disse: coge el cabaquito, Jude. E tendo Jude provido-o de seu inseparável ukulele, tocou.
Meesha, indiana e terrorista, matadora cruel e sangüinolenta de mosquitos com biribinhas, bailou com Rringo, Jorge e Pablo. Todos inebriados pelo cheiro de torta de estrelas, que assava, em baixo do guarda chuva transparente, desenhado no castelo, pintado na parede.
E então um palhaço triste chegou, trazendo numa bola de neve - macuecos me mordan! - o inverno todinho. Voaram papeizinhos, dourados, e choveram coloridas bolas do céu.
Los Besoros correram, como porcos de uma arma. Voaram feito a Lucy.
Fugiram! Michetinha e Looa, montadas num grande cachorro prêto, que cheirava como meias suadas depois de um jogo com gols e bolas e mãos. Memérias capóticas se esqueceram dos campos de morango, para Eva. Se esconderam num colégio soturno e rezaram - espero que acreditemos!, pensaram. E então novenovenovenove vezes repetiram, para não esquecer.
Nesse minuto, Micha se lembrou dos lápis de cor que trazia. Usou, mais Lua, estilete para fazer a ponta, antes que houvesse tinta vermelha demais no chão, que atrapalhasse a passagem suculenta e sem sementes de Tangerina.
Borderline, a amiga querida, veio só para brincar.(...)"


para Mabel.


(é. acabaram as minhas palavras. enquanto elas não vêem, eu vou roubando minhas palavras de antes.)

2 comentários:

Isadora Alves disse...

quero um pedaço dessa torta de estrela;)

Jaya Magalhães disse...

"Todos inebriados pelo cheiro de torta de estrelas, que assava, em baixo do guarda chuva transparente, desenhado no castelo, pintado na parede."

Abençoadas sejam as asas que você carrega, dona moça! Voar tão longe assim, em palavras, é coisa muita. E você, durante o vôo, joga cores que eu nem sabia existir, na minha tela. Esse trecho aí me deixou encantada! (:

Lua, ainda bem que tuas palavras roubadas existem! Deliciosas que são! Rs.

"...se lembrou dos lápis de cor que trazia. Usou, mais Lua, estilete para fazer a ponta, antes que houvesse tinta vermelha demais no chão, que atrapalhasse a passagem suculenta e sem sementes de Tangerina."

Você nem sabe da mágica que é ficar imaginando o desfiar dessas tuas passagens, viu? Tem algo a mais nas pontas desses dedos de fada! E esse mistério é teu recheio.

Dá aqui um abraço.