7.4.09

[entrevírgulas, I]

erguia as reminiscências mais próximas enquanto, estática, cobiçava uma pequena fenda na testa iluminada. decerto já não poderia reconstruir o tal mundo de coisas nesse estado.
me escondia na penumbra do abajur indiscreto: num canto vazio, te gastava em silêncio.

tecia numa rede de perguntas que já não sabia querer, onde era que teu olho mirava, fechado. um sonho, um desejo, ou a sombra improjetada que suava ofegante.

vergava da mão esquerda o tremendo estreito em que se metera; tantas cópias de si nas conversas e não via mesmo seus cabelos em devidos devaneios e a inveja dos caracóis, senhores totais das suas plantas mais vistosas.

engolia possibilidades, regurgitava cada teoria. numa febre terçã, a mente vagava entre aliterações e hiatos, que engolfavam os lapsos de sanidade, contra a quina esquina da parede do quarto, limite seu etéreo reino.

o que lhe descia uma tanto melhor, era a cor que brotava em vez naquele jeito esperto de soletrar casualidades.


com ygor, do disperder.