30.7.11

Diário de bordo.

Muita dança do acasalamento. Muito whisky. Muitas meninas. Muitos meninos. Um amôrnovo. Uma solidão velha. Um mundo suave. Muitas saudades.

Pela primeira vez eu vou viajar sem ser fugindo nem me agarrando. Só assim. Muito leve, leve pousa.

15.7.11

Nobody said it was easy.

A dor física é o menor dos problemas. O medo de que eles me olhem. O medo de me ver no espelho. O medo dos limites físicos. O medo de mim.

Do outro lado. A sensação de conseguir impossibilidades. De viver um sonho dela. De experimentar como se a vida fosse nova. Como se eu fosse menina, como se fosse começo.

E na coxia. Quem sabe eu tenha coragem de continuar com os planos mirabolantes, imorais e ilegais. Com ritmo nos dedos e nos pés. O compasso para as letras e para as fotos. Sem esquecer de ainda saber amor.

Eu não vou deixar a vida sair ilesa, cacete. Pronta pra tudo, até morrer.

10.7.11

Delírios.

Vinte e dois anos. Pés em São Paulo, coração no sul, espírito no mundo. Alguns anos na faculdade, mais alguns até me formar. Um trabalho bom, um salário ok, alguns frilas. Muito amor, nenhum relacionamento. Notas boas, péssimos posts. Nenhum diário. Planos obscuros e cheios de névoa. Muita preguiça.

E no meio dessa existência boçal, eu decido fazer tudo que eu não estou socialmente pronta para fazer. Decido contraverter, subverter e provar - pra mim mesma - que eu não preciso ser o que esperam que eu seja pra eu ser o que eu queria brincar de ser.
O que quer que isso signifique.

5.7.11

Vamos nos permitir.

E como se uma minimágica desencadeasse. Toda a passividade se foi, o furor da juventude se instaurou em mim. O amor pulsa, quando ela canta o Chico. O riso flui, tingido de vermelho. Todo o furor corre, porque existir é também terminar para o recomeço. Sinto o peso da expectativa do que virá, sem dúvidas. Gozo cada micromomento de existência. Se o que eu sou é o que eu escolhi ser, eu devo ter tido alguma razão para fazer tudo assim.
Espero um novo hiato de prazer, que faz tudo valer a pena.

Porque coexistir é como existir com mais desejo, com mais tesão.

(essas férias, ah, essas férias)