30.3.12

Amora.

Amor é quando você não se importa de mudar de lado de cama, todas as noites, porque ela não decidiu aonde vai dormir.

Ela é pretinha, doce, pequena e foi o outono que trouxe. Bem-vinda, Amora.


27.3.12

Um amor, assim, delicado.

Eu nem te conheço, e já te amo tanto. Assim, sem querer, fiquei sabendo que você era pretinho e estava precisando de casa. Com o coração aos pulos, quis te dar amor, muito. E comida, porque é preciso viver também. E um canto quente, porque o frio está chegando, e nessa cidade ele castiga.
Sei desse um amor cheio de expectativa de antemão. O amor é grande, mas o apartamento é pequeno. Se você gosta da rua, eu não quero tirar o chão dos teus pés. O Eros já é dono de nós duas, e pode não querer dividir um tudo contigo, e não é direito fazer dois tristes pra eu ser feliz.
Mas sabe o que é? Desde pequena, cabe muito bicho no meu coração - mesmo com pulga e fazendo cocô fedido e mastigando meus livros e morrendo cedo, pra me fazer chorar. Mas a minha Mãe Preta tinha uma dor canina antiga, e, até os 22 anos não me coube ter um bichinho pra dividir a minha vidinha. Só os peixes dourados, o Pixe e o Pixe (Segundus), mas amor de peixe é meio esbugalhado e com água no meio, sem caber na mão, sem caber carinho. Na minha Casa, sempre teve bicho, mas na gaiola, no cercado, bicho prisioneiro, e isso dói muito no meu coração de liberdades. Uma vez, eu morei numa casa com 6 gatinhos, que eu amei muito, mas os caminhos me levaram para longe deles, e hoje eu mal lembro dos seus nomes. Também tive um amor menino, e planejamos filhos, um gatinho Brócoli e uma cadelinha Groselha. Mas amor de humanos nem sempre é pra sempre.
E aí, Sr. Gato Preto, eu transferi todo esse amor guardado pra tu. Não é que eu não ame o Eros - eu até sonho com ele nas minhas viagens. É que eu nunca juntei esse amor longo com um bichinho que estivesse assim, sozinho. Eu nunca pude abrir a porta da minha casa e dizer: ela é minha, mas quero que ela seja sua, porque meu coração já é. Então, eu estou arrebatada. Estou ansiosa esperando o negror dos seus pelos misturados com os pelos branco-dourados do dono desse apê.
Sei que pode não acontecer. Sei de um monte de senãos. Mas já estou te amando, nessa casa ou em outras, porque não há de lhe faltar amor.

Nem sente que me enfeitiçou.

17.3.12

Sair com ex.

Todo mundo já saiu com ex. E mais de uma vez. Tem aquela saída de amigos, que é boa. Mas antes dela, tem a saída da recaída, que é uma merda. Mas a primeira é a saída do mal-estar. Ainda não caiu a ficha do fim. Rola um jogo de sedução, tudo parece muito lindo (até que depois do segundo whisky você só consegue ver os defeitos nojentos que levaram ao fim). Mas, assim que você chega em casa, e sente o seu cheiro sem aquele cheiro estrangeiro - que parecia ser seu, bate um puta rebordosa, você se culpa, quer voltar, quer cometer homicídio seguido de suicídio, quer 7 garrafas de 51 e matar a garrafadas a Zooey Deschanel por fazer aquela maldita Summer (mesmo sabendo que a Summer tá certa e você tá errada).

Sabe isso? Pois é, voltei muito cedo a Sampa, eu quero voltar, eu quero partir, e, principalmente, EU SÓ QUERO QUE AS FUCKING COISAS DEEM CERTO. Morou, vida?