27.8.12

Banzo.

Não quero ir, não quero ficar.
Não quero ser daqui, eu não sou de lá.
Quero viver sem essa eterna espera do que eu nem sei o que é.

1.8.12

Declaradamente #2


Na agonia da insônia, pensei em você. Acho seus olhos engraçados, mas tenho vergonha de dizer. Miúdos, espalhados, são olhos engraçados, meu bem. Fiquei lembrando da primeira vez que me vidrei em você. Eu desarmada e tu me diz: é, e tu fica linda assim. Eu, que nunca vali nada, fiquei toda derretidinha nas suas doçuras, e queria fotografar seus olhos naquele instante. Insanos, loucos, apaixonantes. 
E eu, que gosto da tua boca e do teu cheiro e do teu sexo e dos teus pelos, fiquei gostando muito de tudo, e achei até que era um gostar meio errado. Fiz errado, porque é o que faço melhor, e num mar-de-verbo falei tudo aquilo, que eu nunca devia, do pior jeito e fiquei quadrada, intranquila, medrosa. Mas o tempo foi amigo, andou e desachei errado. Achei até bem certo, ser de impulso nos amigos do estrago.
Fiquei querendo dedos-abraços-segredos-tempos-colados. O tempo foi virando fumaça, os encontros rarearam, e com eles a paixão. Fico, boba, com o coração molinho de te ver, todas as vezes. Mas fico pensando, em suspiros, que tenho mais saudade de ver seus olhos calmos e saber que tenho um cúmplice de sempre, de todo dia, meio adolescente, de contar meus medos sem ficar vermelha. E abraçar.

Ah, não existe coisa mais triste que ter paz.